terça-feira, 29 de novembro de 2011

Eletroeletrônico e Logística Reversa - exclente notícia publicada pelo jornal Valor Econômico

HÁ 6 HORAS E 20 MINUTOS
Eletroeletrônico já realiza coleta, mas volume está muito abaixo da produção
Por De São Paulo
Algumas empresas de eletroeletrônicos já seguem, no Brasil, as diretrizes de sustentabilidade das suas matrizes. O investimento em coleta e destinação de produtos para a reciclagem é visto por essas empresas como um capital social. O volume coletado, no entanto, ainda está muito abaixo do que é produzido, e com a Lei de Resíduos Sólidos, o trabalho dessas empresas terá de ser ampliado, exigindo maiores esforços para convencer os clientes a devolver os produtos velhos.

A Vivo, que recicla hoje cerca de 1,2% do que produz no Brasil, pensa em conceder bônus nos serviços para que os consumidores entreguem os aparelhos velhos de celular. "Lidamos com uma questão emocional. As pessoas guardam seus produtos porque gostam e não vão devolver sem ganhar nada em troca", diz a consultora de sustentabilidade da empresa, Juliana Limonta.

A Vivo possui um programa de logística reversa em prática desde 2006. Sua abrangência cresceu de 58 pontos de coleta nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, em 2006, para 3,4 mil pontos em todo o país em 2008. Em janeiro de 2009, a empresa investiu cerca de R$ 10 milhões para divulgar seu trabalho, mas segundo Juliana, isso não elevou o recebimento de materiais nas lojas. Nos últimos três anos, enquanto a empresa colocou 80 milhões de aparelhos celulares no mercado, foi reciclado apenas 1 milhão.

"O maior desafio é conscientizar as pessoas de que guardando o produto ela impede que ele volte para a cadeia produtiva, e assim vamos continuar tendo que retirar as matérias-primas da natureza", diz Juliana. A venda dos materiais obtidos na reciclagem dos celulares, metais nobres principalmente, cobre o custo do processo. Em 2011, a empresa arrecadou R$ 215 mil com os materiais recolhidos.

A HP mudou a fabricação de alguns produtos para facilitar a logística reversa, adotada pela empresa em 1998. Hoje 50% dos seus notebooks são feitos com plástico reciclado de cartuchos de tinta. Produtos químicos que impedem a reciclagem do produto também foram descartados da produção.

Segundo Valéria Rossetti, coordenadora do Programa de Sustentabilidade Ambiental da empresa no Brasil, diferente do caso da Vivo, as contas para esses investimentos ainda não fecham. "Temos vários desafios, como ter um volume que gere receita, uma capacidade logística que deixe o processo mais barato. Hoje ainda temos mais gastos do que receita com a reciclagem", diz. Dessa forma, a obrigatoriedade da reciclagem pode fazer com que a empresa consiga gerar receita na venda, por exemplo, de materiais residuais de cartuchos de tinta para a indústria de cimento, hoje doados devido à quantidade irrisória.

O grande volume de produtos piratas no mercado será um desafio para essas empresas universalizarem a reciclagem. Para Luciane Furukawa, especialista em sustentabilidade da Itautec, o consumidor tem um papel fundamental nesse processo, para ter consciência na hora de descartar e também na hora de comprar. "Os produtos piratas vão ficar sem a destinação final correta", diz. A Itautec recicla 92% dos produtos coletados. Em 2010 e 2011, a companhia reciclou 3.842 toneladas de resíduos eletroeletrônicos. (SM)

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